quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Gabriel -Parte II

“Esperei com paciência no SENHOR, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor.” (Salmos 40:1)
A certeza de que o Senhor estava conosco era o que nos fazia não perder o controle diante do desafio que estava à nossa frente. O “dia” estava se aproximando, mas antes de enfrentá-lo, tivemos que passar por um outro obstáculo, encontrar um doador com o sangue compatível ao do nosso filho. O Hospital tinha o sangue armazenado, mas nos permitia escolher um doador o qual nós tivéssemos mais confiança pois eles mesmos afirmaram que existem riscos com a transfusão. Precisaríamos de dois doadores, e o primeiro nome que nos veio à mente foi o do Tio Felipe, “o Didi”. Dá-se início a uma nova luta, como conseguir que a Marinha Americana (NAVY) liberasse o Felipe para a cirurgia, pois o procedimento permitido por eles, neste caso, só corresponde à família imediata, (pai, irmã, irmão).
Depois de muita luta e frustração em meio à toda burocracia, já desacreditados com a possibilidade de termos o Felipe conosco, na última hora ele nos liga e nos fala, “Estou chegando na Terça, dia 10.” Àquilo nos serviu como uma injeção de ânimo, o Felipe lutando contra tudo e todos, não poupando enforços, até mesmo financeiros, para estar ali conosco e juntos enfrentarmos aquele desafio que já tinha o seu dia e a hora marcados, Segunda-Feira, 16 de Novembro de 2009, às 6 horas da manhã. E chegado o dia 10, do aeroporto, mesmo depois de 20 horas de vôo, fomos direto coletar o sangue do Felipe, e ele estava tão saudável que conseguimos a quantidade necessária para cirurgia só com ele!!! (como diria a Bella: “Tadinho Dididi Papai!!!!” rsrsrsrs) Mas o “Didi” não é importante só por causa desta doação de sangue, ele tem uma história com a Patty e eu tive a graça de ser incluído nesta história, com ele temos uma total liberdade e confiança, e o Senhor foi tão bom que nos presenteou com sua prensença nestes dias tão difíceis.
Já não bastava o peso da cirurgia do nosso filho, recebemos uma outra notícia, nosso pastor, Adìlson Robert, também teria que passar por uma cirurgia de coração (cateterismo) 3 dias antes da cirurgia do nosso filho. Esta poderia ser feita por meio de uma veia encontrada na perna mas, dependendo do seu caso, talvez ele teria que ser submetido à uma cirugia de ponte de safena. A tristeza foi tanta que, por alguns instantes, até esquecemos do problema do nosso filho, não se tratava apenas do nosso pastor, mas sim de um amigo, de alguém que nos ajudou como poucos em meio à nossa luta, e agora clamávamos a Deus que nos ajudasse a devolver ao nosso pastor tudo aquilo que ele nos deu, amor, paz, certeza de que Deus está na frente, não importa o tamanho do obstáculo à nossa frente.
E esse era o clima, uma luta constante entre a paz e o medo, mas como sempre, o Senhor esteve conosco. Com o Felipe aqui, aquele peso ia perdendo sua força, eu sabia que com ele a Patty estaria bem mais forte, e se ela estivesse bem eu estaria ótimo! Na sexta-Feira ligamos para saber como foi a cirurgia do nosso pastor, e os médicos decidiram não operá-lo de cateterismo pois não resolveria o seu problema, mas sim submetê-lo à uma cirurgia de ponte de safena não na Sexta, mas sim na Segunda, mesmo dia da cirurgia do Gabriel. Fomos visitá-lo no Sábado, tivemos um momento com ele e sua família, e o que mais nos deixou tristes foi saber que “a sua tristeza não era pelo fato de ter que passar por uma outra cirurgia, mas sim por não estar com o Gabriel na dele.” Em um determinado momento, a Patty perguntou ao pastor: “Pastor, o senhor está ansioso?” A resposta foi imediata: “Nem um pouco!!!” Nós não sabíamos o que fazer, rir ou chorar diante da paz que ele nos passava, fomos para consolá-lo e saímos consolados.
E chegado o Domingo, tivemos um dia maravilhoso em família, eu, meu amor o Didi, a Bella, todos querendo aproveitar ao máximo o Baby. À noite fomos à Igreja, sim, nosso pastor estava no Hospital mas nossa pastora fez questão de ministrar o culto. Podíamos sentir claramente a presença do Senhor naquela noite, toda Igreja, unida, orando pelo pastor, pelo Gabriel, pelas famílias para que fossem consoladas e fortalecidas. Chegando em casa, ficamos ali conversando, o sono não vinha e a hora foi passando, mas nós sabíamos que precisávamos descansar pois poucas horas nos separavam do “grande dia”.
 

 
Rafael e Patrícia Costa

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