O que iremos responder?

Como tenho lembrado dos meus pais…
Olhando o mundo hoje, só tenho à agradecer, e muito, por tudo o que recebi deles, não falo de coisas materiais, pois estas podem acabar do dia pra noite, mas falo de valores morais… caráter, princípios… os quais nos acompanham por toda vida. Na verdade, aquele misto de cuidado e disciplina era uma preparação para os dias e anos que me aguardavam pela frente.

Por exemplo: Eu sou do tempo… Onde todos comiam juntos à mesa; Onde se pedia “a bença” aos pais, tios, avós…; Onde se tinha “hora para chegar em casa”; Onde “ai de mim” se eu respondesse aos meus pais com “palavrões”; Onde se sentava na calçada e ficava vendo o tempo passar; Onde “era o máximo” jogar bola na rua, especialmente quando meu pai e meu irmão decidiam jogar!!!; Onde toda família tinha o prazer de se reunir aos Domingos na casa dos nossos avós (Como era bom!!!); Onde… as coisas simples tinham mais valor.

Penso que é correto falar destas “coisas simples” como “tinham mais valor”. Quando conversamos com algumas pessoas, especialmente os mais jovens, à respeito disso, parece que estamos falando em outro idioma! Soa estranho para eles!!! O tempo hoje é outro!!!! Comer? Só no quarto, talvez no sofá, mas, de preferência, sozinho! ok?; “a bença”, o que é isso?; Hora pra chegar em casa? “Ah, mãe, eu te mando uma mensagem! Lá pelas 4 da manhã, ok?”; Respeitar pai e mãe? “São eles que têm que respeitar o meu espaço!”; E estas são as coisas possíveis de serem relatadas, as demais são tão absurdas que não compensam!

Sei que muitos podem até pensar: “Poxa, Rafa, como você é quadradão hein!” Pode até ser que eu seja um pouco “a moda-antiga” mesmo, mas… é normal todo esse contraste? Sei que esta geração atual é bem diferente, chega a ser tremendamente rebelde em alguns pontos, mas… por que? Certa vez escutamos uma frase que é a mais pura verdade: “Regra sem relacionamento gera rebeldia”. Antes de qualquer coisa, é necessário um relacionamento! Cada geração é um produto daquilo que elas aprenderam ou deixaram de aprender em seus lares! È comum um pai ou uma mãe culparem seus filhos por sua personalidade difícil, sua desobediência… mas a Bíblia nos mostra que os dois lados tem que fazer sua parte (Efésios 6:1-4), tantos os filhos: “VÓS, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa. Para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.”; como também os pais: “E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.” Por mais difícil que seja, os pais são os responsáveis por “podar” os seus filhos; Por mostrar-lhes o seu valor! Isto é: “A base de tudo está no lar”!

A Palavra nos diz em Provérbios 22:6, “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.” Essa idéia de “educar” é bem interessante pois para se educar alguém é necessário que se invista um certo tempo! Mais uma vez, relacionamento! As pessoas perdem tanto tempo em outras coisas, no trabalho (pensando no futuro!); nos amigos (meu lazer!); na igreja (momento com Deus!); mas os filhos… vão ficando pra depois, e depois, e depois… Às vezes até tentam passar um certo “sentimento” para com seus filhos comprando um… computador, uma carro, um super-telefone… mas esquecem que nada disso paga o valor de um abraço, de uma palavra de afirmação, de um beijo, de um simples… estar ali com eles!!! Um pastor disse algo que tem nos acompanhado e nos ajudado muito com os nossos filhos; Primeiro, que “AMOR na vida dos filhos se expressa através do TEMPO que você dedica à eles”; Segundo, “se você não for o melhor amigo dos seus filhos, o mundo será”.

Chega a dar um certo medo quando olhamos para este mundo “louco” e pensamos nos nossos filhos… lembramos do peso dessa maravilhosa responsabilidade de criá-los… e o nosso único sentimento é: “Senhor, não nos deixe sozinhos”. Pra falar a verdade… todo este dilema desta relação pai e filho eu estou vivendo na pele. Nós temos essas duas bençãos, a Bella e o Biel. Ela é carinhosa, super amiga, toda dengosa… Ele também, carinhoso, super amigo, muito obediente, mas… “é menino”!!!! Corre, pula, cai, levanta… exige mais atenção (rsrsrs)! Mas… à um tempo atrás eu não estava conseguindo “separar” algumas coisas… E de certa forma “a bomba” acabava explodindo no Biel (detalhe: ele só tem 2 anos)… não tinha paciência com ele, fazia tudo com má vontade, estava terrível! A Patty já tinha me alertado sobre como eu estava tratando diferente os nossos filhos. Até que um dia eu fiquei com muita vergonha, muito triste comigo mesmo… Fui para cama, não consegui dormir… Voltei no quarto dele, peguei ele no meu colo e disse: “Filho, perdoa o papai, daqui pra frente vou te tratar como você merece. I love you.” O Biel hoje, bem… todas as noites falo pra ele: “Filho I Love You!” (E ele também responde!!! rsrsrsrs) Quando falo: “Baby, vamos mimi?” ele responde na hora: “Bye, bye Mamãe, Bella… mimi Papai.” Não é fácil… mas o sorriso daquele mini-homem vale qualquer esforço!

Na verdade é um grande desafio, uma luta constante. Mas o sentimento tem que ser, sempre: “Minha família vem primeiro.” Não posso mudar esta “geração atual” como um todo… mas, como casal, somos responsáveis diretos pela “geração” a qual o Senhor nos confiou, nossos filhos. Se a maioria dos pais pensassem desta forma, muita coisa poderia ser evitada. No meu caso, como homem o peso é bem maior, por ser o “cabeça” da casa, mas, diante de Deus, todos teremos que prestar contas… quando escutarmos a pergunta: “O tens feito com a esposa(o) que te dei? O tens feito com os filhos que te dei? O tens feito com os pais que te dei?”

O que iremos responder?

Lembre-se:
“O que para o mundo é irrelevante… para Deus é prioridade, FAMÍLIA.”


Que Jesus abençoe a todos.
Rafael e Patrícia Costa