Refúgio… esta palavra define bem o sentimento que nós estamos vivendo nestes últimos dias, principalmente neste mês de outubro. Quando as forças parecem não mais existir, quando todas as chances parecem ter desaparecido, nada melhor do que buscar auxílio, descanso, paz… refúgio no SENHOR.
Nestes quase 6 anos de casados passamos por muitas alegrias e também por muitas lutas, mas, graças ao Senhor, fomos vitoriosos em todas elas. Porém, nestes últimos 9 mêses um novo desafio tem nos consumido muito. Nosso filho, Gabriel, é uma criança perfeita, feliz, linda (claro, puxou à mãe!!!), mas ele nasceu com o que os médicos chamam de VSD, Defeito do Septo Ventricular, “é uma abertura anormal na parede que separa os ventrículos direito e esquerdo”, também conhecido como um “sopro” no coração. A tendência, em alguns casos, é que essa abertura diminua com o tempo, mas com o nosso filho ela continuou estável. Em uma das consultas o médico observou que o problema ainda persistia, mas agora com uma pequena diferença, o lado esquerdo do seu coração estava maior do que o normal, foi quando ouvimos pela primeira vez que talvez fosse necessário fazer uma “cirurgia”, aquela notícia caiu como uma bomba, abalando por completo toda nossa estrutura. . Passamos por um momento de profunda tristeza o qual nunca havíamos passado juntos, e aquele sentimento só piorava quando olhávamos para o nosso filho, feliz, com aquele sorriso inocente, nos olhando com se nada estivesse acontecendo.
Meu sogro sempre nos consolando, nos lembrado que “ELE está á frente de tudo”, minha sogra com o mesmo sentimento e nos lembrado que talvez nem seja necessário uma cirurgia, pois muitos são os que vivem com um “sopro” no coração, ela é prova disso!!! Nossos pastores, sempre presentes, durante 21 dias seguidos estiveram ali conosco em oração, sempre profetizando a cura do nosso filho, como estão até hoje, e também nos lembrando que por maior que seja a luta, a dor, devemos deixar toda murmuração de lado e apresentar um coração grato ao Senhor, pois Ele sabe o porque de todas as coisas. Também os nossos amigos e amigas, pessoas que sempre estão ligando para saber como estão as coisas, com uma palavra de ânimo, de conforto. Enfim, o Senhor levantou pessoas especiais para nos ajudar neste momento tão difícil, para carregar conosco este peso, e para nos lembrar, acima de tudo, que não estamos sozinhos, ELE está conosco.
Depois disso tivemos mais duas consultas, a última no hospital onde provavelmente será a cirurgia, o Jackson Memorial Hospital. O cirurgião analisou o Gabriel e disse que seu caso continua estável, disse que não é nada “alarmante” pois o baby está dentro dos padrões de uma criança normal, mas o seu coração está fazendo um esforço desnecessário o que pode resultar em problemas no futuro, por isso ele acha que a cirurgia seria uma boa opção para solucionar este problema. Ele irá discutir o caso com outros cirurgiões da área e nos ligará ainda esta semana pra nos dizer o que decidiram, se por esperar e continuar com os medicamentos ou realizar a cirurgia, o que ele acha que vai acontecer.
Esta é a nova fase que estamos vivendo, mas diferente das outras consultas, esta última teve um impacto bem mais leve, por mais que tenha sido no próprio hospital. Não pelo fato de estarmos ali falando com um profissional respeitado na área, reconhecido por estar entre os melhores do país, mas sim por termos a certeza de que o Senhor estava e está conosco, que nada acontece por acaso, que muitas vezes não entendemos, mas é como está escrito em João 9:3b, “mas foi para que nele se manifestem as obras de Deus.” E que mesmo que o Gabriel tenha que passar por uma cirurgia, não vão ser só os médicos que estarão ali com ele, mas “O Médico dos médicos” estará à frente de toda essa operação.
O que sabemos é que nosso filho não está só, não foi por acaso que o Senhor nos orientou a colocar este nome nele, pois um dos seus significados é “Deus é a minha força”, sendo asim, o que mais ele precisa? Não vou ser hipócrita e dizer que estamos “normais”, agindo como se nada estivesse acontecendo, não, estamos machucados, tristes, mas não entregues, creio que estamos como está em 2 Coríntios 4:9, “Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos…” Vamos até o fim na certeza de que o Senhor dos Exércitos, o Médico dos médicos, o Grande Eu Sou, o Consolador… está conosco.
Rafael e Patrícia Costa